quinta-feira, 15 de maio de 2008

Após visita ao lar


Não resisti a publicar. A minha avózinha (paterna) encontra-se até hoje num lar, mentalmente eu já fiz o meu luto porque a minha querida avó, neste momento, não vive...sobrevive.
Está num lar, que a ultima vez que visitei, mentalizei-me que aquela já não era a avó que eu sempre admirei. Era alguém que já não pensava por si, nos olhava como estranhos e saí de lá doente. Durante alguns dias tive pesadelos com isso. Como foi possível alguém que dedicou toda a sua vida aos filhos e aos netos tivesse sido atirada para ali!...
Cheguei a pensar trazê-la para mim mas não teria condições nenhumas para ela, que necessitava de alguém perto 24 horas por dia. Cheguei a falar sobre isso com a minha querida mãe, que a adorava e ela também concordou que não tínhamos condições.
Que o Mundo me perdoe, se for culpada por isto mas...desde aquele momento interiorizei a partida da minha querida avó.
Quer o destino que ela continue viva...mas eu não tenho coragem...
Eu não tenho coragem...

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2 comentários:

Anónimo disse...

Quando chegamos ao ponto de viragem é bom que ele se dê sem dor e rapidamente...Nada é pior do que deixar-mos de ser nós próprios!

Cris disse...

Pois é amiga, não vale a pena pensares muito nisso, porque se não tens condições para a ter contigo, resta-te visitá-la e dar-lhe algum miminho para que ela sinta que tem alguém. Infelizmente hoje em dia somos obrigados a deixar os nossos velhores em locais que segundo se consta, estão cada vez mais depluráveis e as pessoas são tratadas como coisas e não como pessoas de respeito e admiração.
Um dia vai tocar-nos a todos.
Beijo
Cris